Translate

Seguidores

Páginas

domingo, 22 de maio de 2011

LINGUAGEM DO SILÊNCIO - Oliveira Fidelis Filho

LINGUAGEM DO SILÊNCIO
LINGUAGEM DO SILÊNCIO - Oliveira Fidelis Filho












LINGUAGEM DO SILÊNCIOpor Oliveira Fidelis Filho - fidelisf@hotmail.com

Há os que falam muito e nada dizem e os que possuem no silêncio seu melhor 
 argumento. Há os que falam muito e ninguém ouve e há os que são ouvidos 
 quando se calam. Há discursos que não empolgam e há silêncios comoventes. 
Há ainda aqueles que quando falam, o silêncio se faz. Isso porque, lembrando Salomão, 
"as palavras dos sábios, ouvidas em silêncio, valem mais do que os gritos de quem 
governa entre tolos". (Eclesiastes 9.17).
No livro das revelações somos informados que"houve silêncio no céu cerca de meia hora.
" (Apocalipse 8.1) 
Alguns homens concluem do texto que não há mulher no céu; algumas 
mulheres veem neste silêncio a perplexidade sentida, diante do absurdo de se permitir a 
entrada de homens no céu. 
O silêncio, em verdade, antecede a criação e a revelação. No julgamento e execução 
de Jesus, as várias tentativas de fazê-lo falar não tiveram êxito. Por mais intimidantes 
que fossem os métodos usados na tentativa de arrancar-lhe alguma declaração, o 
silêncio por parte do Mestre persistiu. De nada adiantou a tortura psicológica e física; 
Jesus lançou mão do direito de ficar em silêncio. Por não tomar posse deste direito, 
muitos de nós perdemos grandes oportunidades de ficarmos calados. 
Para Jesus, o  momento era de silêncio pois em cada um de seus algozes só existia 
espaço para ouvir os respectivos argumentos. O silêncio era, então, a possibilidade de levar 
seus acusadores a ouvir as próprias acusações e a perceberem a incoerência e a 
inconsistência sobre as quais eram formuladas. Seu silêncio, no entanto, se fazia 
esvaziado de ódio, mágoa ou desejo de vingança; de seu interior, tais densas e 
sombrias energias não emanavam. Seus olhos não faiscavam ira, mas destilavam 
bondade e compaixão. E foi neste estado de leveza, em face de toda brutalidade, 
 que como incenso sua prece ascendeu a Deus nas seguintes palavras: 
"Pai, perdoa-lhes, pois não sabem o que fazem". Assim como há roupas para 
diversas ocasiões, vinhos propícios para diferentes pratos e copos para diferentes 
vinhos, há também silêncio com os mais variados propósitos e significados, oscilando 
entre o elegante e o inconveniente, entre os que geram benefícios e os que são 
nocivos. Pensando nisso, ofereço uma pequena lista com alguns tipos de silêncio 
possíveis de serem observados, em variadas situações. Silêncio Sábio, ou motivado 
pela prudência. É utilizado quando se percebe que os ânimos encontram-se exaltados, a 
descompensação se faz presente, o complexo assumiu a posse da consciência, a ira 
cegou a razão, a lucidez foi apagada, o ego encontra-se divorciado do Eu. Nestas 
circunstâncias, manifesta sabedoria quem se refugia em amoroso silêncio até que a 
 "tempestade" passe, entendendo que "não havendo maldizentes cessa a contenda". 
Sabe que muito mais útil do que ter razão é ter bondade; mais importante do que 
um argumento forte é um coração manso. 
Silêncio acolhedor, quando face à dor do semelhante, causada por perdas humanas ou 
materiais, evita-se argumentar, comparar, justificar, explicar ou aconselhar, restringindo-se 
a estar perto, em silêncio, esvaziado das pretensas verdades, totalmente disponível, para 
sentir e ouvir o que o outro experiencia. O silêncio acolhedor abre espaço em nós para que 
o outro se refugie. Nestas circunstâncias, um olhar encharcado de ternura, um abraço cheio 
de compaixão, estar presente de corpo e alma, é puro alento. 
O silêncio extasiado. Quando, diante do que encanta e arrebata, quedamos em reverente 
silêncio, em prostração de espírito e de alma. Silêncio que nos assalta diante do mistério da 
vida e  da morte ou da magia da Criação. Silêncio que relativiza todas as vozes e faz cessar 
todos os argumentos, ao sentir no coração a presença divina, ao ouvir na alma a 
voz de Deus, quando na mística da fé contemplamos o Eterno Mistério. 
Silêncio imposto. Quando pelo uso da força cala-se a voz do mais fraco, do injustiçado, 
do discriminado, do oprimido, do marginalizado. Silêncio imposto pelo medo, gerado pelas 
armas do poder econômico, político e religioso que perpetuam a escravidão, a repressão, 
a culpa, o julgamento e a condenação. Silêncio de quem se tirou a voz e a vez. 
Silêncio conivente. De quem se deixa calar por benefícios injustos, de quem possui a 
 consciência estuprada pelo ganho ilícito. Silêncio comprado, fruto do desavergonhado 
diálogo entre o corruptor e o corrupto. Tem a verdade como mercadoria de troca 
onde o que é direito é silenciado em benefício da ganância; quando diante da 
oportunidade ilícita sobressai a falta de caráter e "vende-se a alma ao diabo". 
Silêncio covarde. Quando diante da maldade, da corrupção, do estelionato, do 
desmando e da injustiça praticada nos domínios familiar, econômico, político e 
religioso, opta-se por manter-se a "língua presa" no céu da zona de conforto na qual 
medrosamente se abrigou. O silêncio covarde é o silêncio da omissão, aonde o maior 
dano não vem só dos malfeitores, mas também e sobretudo dos cidadãos de bem 
que se mantém omissos. 
Silêncio que fere. É silêncio motivado pelo ódio, pela indiferença, pelo sentimento de 
vingança, pela incapacidade de perdoar, de acolher e de amar. 
Neste aspecto, lembrando Rodovalho, "o silêncio é um recado. É a pior carta que 
alguém pode enviar para o outro." Tal silêncio é capaz de infernizar e produzir 
enfermidade em quem o protagoniza, podendo ainda causar muito sofrimento ao alvo 
da aridez de tal comportamento. 
Silêncio Buscado. Lembro aqui do silêncio praticado pelos "Nadistas" que sugerem 
desconexão de aparelhos eletrônicos por algum período, o que sem dúvida é muito 
salutar; além de potencializar a criatividade, pode evitar o "burn out", transtorno 
psíquico que mescla esgotamento e desilusão. O objetivo principal do silêncio buscado, no
entanto, é nos conectar conosco mesmos, levando-nos a tomar consciência do próprio 
corpo, sentir a respiração, o coração, reencontrar a alma, mergulhar no nada grávido 
de criatividade. Tal silêncio nos liga à essência divina que nos habita, reconcilia o ego 
com o Eu, faz-nos íntimos de Deus, liberta-nos da aparência, redireciona e suaviza a 
existência. Harmoniza os pensamentos, sentimentos e relacionamentos, possibilita 
e potencializa a meditação, dá profundidade à oração, além  de ser saúde para o 
espírito e para o corpo. Há silêncio e silêncio, carregando cada um sua própria 
singularidade, linguagem, propósitos e resultados. Há o silêncio altruísta e o egoísta, 
o que fecha e o que abre, há o que constrói e o que destrói, o que abençoa e o 
que amaldiçoa, há o que gera paz e o que perpetua o ódio. Há silêncio que cura e 
que faz adoecer, há o que é fruto de amor e o que é fruto do ódio. Lançar mão do 
silêncio, como instrumento abençoador, exige coragem, maturidade, esvaziamento, 
proatividade, autocontrole, sabedoria e auxílio divino. 
Que ao silenciarmos o façamos movidos por amor, com o desejo de abençoar sempre. 




por Oliveira Fidelis Filho - fidelisf@hotmail.com Teólogo Espiritualista, 

Psicanalista Integrativo, Administrador,Escritor e Conferencista, 

Compositor e Cantor.  

E-mail:fidelisf@hotmail.com 

Visite o Site do autor
LINGUAGEM DO SILÊNCIO
LINGUAGEM DO SILÊNCIO - Oliveira Fidelis Filho












LINGUAGEM DO SILÊNCIOpor Oliveira Fidelis Filho - fidelisf@hotmail.com

Há os que falam muito e nada dizem e os que possuem no silêncio seu melhor 
 argumento. Há os que falam muito e ninguém ouve e há os que são ouvidos 
 quando se calam. Há discursos que não empolgam e há silêncios comoventes. 
Há ainda aqueles que quando falam, o silêncio se faz. Isso porque, lembrando Salomão, 
"as palavras dos sábios, ouvidas em silêncio, valem mais do que os gritos de quem 
governa entre tolos". (Eclesiastes 9.17).
No livro das revelações somos informados que"houve silêncio no céu cerca de meia hora.
" (Apocalipse 8.1) 
Alguns homens concluem do texto que não há mulher no céu; algumas 
mulheres veem neste silêncio a perplexidade sentida, diante do absurdo de se permitir a 
entrada de homens no céu. 
O silêncio, em verdade, antecede a criação e a revelação. No julgamento e execução 
de Jesus, as várias tentativas de fazê-lo falar não tiveram êxito. Por mais intimidantes 
que fossem os métodos usados na tentativa de arrancar-lhe alguma declaração, o 
silêncio por parte do Mestre persistiu. De nada adiantou a tortura psicológica e física; 
Jesus lançou mão do direito de ficar em silêncio. Por não tomar posse deste direito, 
muitos de nós perdemos grandes oportunidades de ficarmos calados. 
Para Jesus, o  momento era de silêncio pois em cada um de seus algozes só existia 
espaço para ouvir os respectivos argumentos. O silêncio era, então, a possibilidade de levar 
seus acusadores a ouvir as próprias acusações e a perceberem a incoerência e a 
inconsistência sobre as quais eram formuladas. Seu silêncio, no entanto, se fazia 
esvaziado de ódio, mágoa ou desejo de vingança; de seu interior, tais densas e 
sombrias energias não emanavam. Seus olhos não faiscavam ira, mas destilavam 
bondade e compaixão. E foi neste estado de leveza, em face de toda brutalidade, 
 que como incenso sua prece ascendeu a Deus nas seguintes palavras: 
"Pai, perdoa-lhes, pois não sabem o que fazem". Assim como há roupas para 
diversas ocasiões, vinhos propícios para diferentes pratos e copos para diferentes 
vinhos, há também silêncio com os mais variados propósitos e significados, oscilando 
entre o elegante e o inconveniente, entre os que geram benefícios e os que são 
nocivos. Pensando nisso, ofereço uma pequena lista com alguns tipos de silêncio 
possíveis de serem observados, em variadas situações. Silêncio Sábio, ou motivado 
pela prudência. É utilizado quando se percebe que os ânimos encontram-se exaltados, a 
descompensação se faz presente, o complexo assumiu a posse da consciência, a ira 
cegou a razão, a lucidez foi apagada, o ego encontra-se divorciado do Eu. Nestas 
circunstâncias, manifesta sabedoria quem se refugia em amoroso silêncio até que a 
 "tempestade" passe, entendendo que "não havendo maldizentes cessa a contenda". 
Sabe que muito mais útil do que ter razão é ter bondade; mais importante do que 
um argumento forte é um coração manso. 
Silêncio acolhedor, quando face à dor do semelhante, causada por perdas humanas ou 
materiais, evita-se argumentar, comparar, justificar, explicar ou aconselhar, restringindo-se 
a estar perto, em silêncio, esvaziado das pretensas verdades, totalmente disponível, para 
sentir e ouvir o que o outro experiencia. O silêncio acolhedor abre espaço em nós para que 
o outro se refugie. Nestas circunstâncias, um olhar encharcado de ternura, um abraço cheio 
de compaixão, estar presente de corpo e alma, é puro alento. 
O silêncio extasiado. Quando, diante do que encanta e arrebata, quedamos em reverente 
silêncio, em prostração de espírito e de alma. Silêncio que nos assalta diante do mistério da 
vida e  da morte ou da magia da Criação. Silêncio que relativiza todas as vozes e faz cessar 
todos os argumentos, ao sentir no coração a presença divina, ao ouvir na alma a 
voz de Deus, quando na mística da fé contemplamos o Eterno Mistério. 
Silêncio imposto. Quando pelo uso da força cala-se a voz do mais fraco, do injustiçado, 
do discriminado, do oprimido, do marginalizado. Silêncio imposto pelo medo, gerado pelas 
armas do poder econômico, político e religioso que perpetuam a escravidão, a repressão, 
a culpa, o julgamento e a condenação. Silêncio de quem se tirou a voz e a vez. 
Silêncio conivente. De quem se deixa calar por benefícios injustos, de quem possui a 
 consciência estuprada pelo ganho ilícito. Silêncio comprado, fruto do desavergonhado 
diálogo entre o corruptor e o corrupto. Tem a verdade como mercadoria de troca 
onde o que é direito é silenciado em benefício da ganância; quando diante da 
oportunidade ilícita sobressai a falta de caráter e "vende-se a alma ao diabo". 
Silêncio covarde. Quando diante da maldade, da corrupção, do estelionato, do 
desmando e da injustiça praticada nos domínios familiar, econômico, político e 
religioso, opta-se por manter-se a "língua presa" no céu da zona de conforto na qual 
medrosamente se abrigou. O silêncio covarde é o silêncio da omissão, aonde o maior 
dano não vem só dos malfeitores, mas também e sobretudo dos cidadãos de bem 
que se mantém omissos. 
Silêncio que fere. É silêncio motivado pelo ódio, pela indiferença, pelo sentimento de 
vingança, pela incapacidade de perdoar, de acolher e de amar. 
Neste aspecto, lembrando Rodovalho, "o silêncio é um recado. É a pior carta que 
alguém pode enviar para o outro." Tal silêncio é capaz de infernizar e produzir 
enfermidade em quem o protagoniza, podendo ainda causar muito sofrimento ao alvo 
da aridez de tal comportamento. 
Silêncio Buscado. Lembro aqui do silêncio praticado pelos "Nadistas" que sugerem 
desconexão de aparelhos eletrônicos por algum período, o que sem dúvida é muito 
salutar; além de potencializar a criatividade, pode evitar o "burn out", transtorno 
psíquico que mescla esgotamento e desilusão. O objetivo principal do silêncio buscado, no
entanto, é nos conectar conosco mesmos, levando-nos a tomar consciência do próprio 
corpo, sentir a respiração, o coração, reencontrar a alma, mergulhar no nada grávido 
de criatividade. Tal silêncio nos liga à essência divina que nos habita, reconcilia o ego 
com o Eu, faz-nos íntimos de Deus, liberta-nos da aparência, redireciona e suaviza a 
existência. Harmoniza os pensamentos, sentimentos e relacionamentos, possibilita 
e potencializa a meditação, dá profundidade à oração, além  de ser saúde para o 
espírito e para o corpo. Há silêncio e silêncio, carregando cada um sua própria 
singularidade, linguagem, propósitos e resultados. Há o silêncio altruísta e o egoísta, 
o que fecha e o que abre, há o que constrói e o que destrói, o que abençoa e o 
que amaldiçoa, há o que gera paz e o que perpetua o ódio. Há silêncio que cura e 
que faz adoecer, há o que é fruto de amor e o que é fruto do ódio. Lançar mão do 
silêncio, como instrumento abençoador, exige coragem, maturidade, esvaziamento, 
proatividade, autocontrole, sabedoria e auxílio divino. 
Que ao silenciarmos o façamos movidos por amor, com o desejo de abençoar sempre. 




por Oliveira Fidelis Filho - fidelisf@hotmail.com Teólogo Espiritualista, 

Psicanalista Integrativo, Administrador,Escritor e Conferencista, 

Compositor e Cantor.  

E-mail:fidelisf@hotmail.com 

Visite o Site do autor
LINGUAGEM DO SILÊNCIO
LINGUAGEM DO SILÊNCIO - Oliveira Fidelis Filho












LINGUAGEM DO SILÊNCIOpor Oliveira Fidelis Filho - fidelisf@hotmail.com

Há os que falam muito e nada dizem e os que possuem no silêncio seu melhor 
 argumento. Há os que falam muito e ninguém ouve e há os que são ouvidos 
 quando se calam. Há discursos que não empolgam e há silêncios comoventes. 
Há ainda aqueles que quando falam, o silêncio se faz. Isso porque, lembrando Salomão, 
"as palavras dos sábios, ouvidas em silêncio, valem mais do que os gritos de quem 
governa entre tolos". (Eclesiastes 9.17).
No livro das revelações somos informados que"houve silêncio no céu cerca de meia hora.
" (Apocalipse 8.1) 
Alguns homens concluem do texto que não há mulher no céu; algumas 
mulheres veem neste silêncio a perplexidade sentida, diante do absurdo de se permitir a 
entrada de homens no céu. 
O silêncio, em verdade, antecede a criação e a revelação. No julgamento e execução 
de Jesus, as várias tentativas de fazê-lo falar não tiveram êxito. Por mais intimidantes 
que fossem os métodos usados na tentativa de arrancar-lhe alguma declaração, o 
silêncio por parte do Mestre persistiu. De nada adiantou a tortura psicológica e física; 
Jesus lançou mão do direito de ficar em silêncio. Por não tomar posse deste direito, 
muitos de nós perdemos grandes oportunidades de ficarmos calados. 
Para Jesus, o  momento era de silêncio pois em cada um de seus algozes só existia 
espaço para ouvir os respectivos argumentos. O silêncio era, então, a possibilidade de levar 
seus acusadores a ouvir as próprias acusações e a perceberem a incoerência e a 
inconsistência sobre as quais eram formuladas. Seu silêncio, no entanto, se fazia 
esvaziado de ódio, mágoa ou desejo de vingança; de seu interior, tais densas e 
sombrias energias não emanavam. Seus olhos não faiscavam ira, mas destilavam 
bondade e compaixão. E foi neste estado de leveza, em face de toda brutalidade, 
 que como incenso sua prece ascendeu a Deus nas seguintes palavras: 
"Pai, perdoa-lhes, pois não sabem o que fazem". Assim como há roupas para 
diversas ocasiões, vinhos propícios para diferentes pratos e copos para diferentes 
vinhos, há também silêncio com os mais variados propósitos e significados, oscilando 
entre o elegante e o inconveniente, entre os que geram benefícios e os que são 
nocivos. Pensando nisso, ofereço uma pequena lista com alguns tipos de silêncio 
possíveis de serem observados, em variadas situações. Silêncio Sábio, ou motivado 
pela prudência. É utilizado quando se percebe que os ânimos encontram-se exaltados, a 
descompensação se faz presente, o complexo assumiu a posse da consciência, a ira 
cegou a razão, a lucidez foi apagada, o ego encontra-se divorciado do Eu. Nestas 
circunstâncias, manifesta sabedoria quem se refugia em amoroso silêncio até que a 
 "tempestade" passe, entendendo que "não havendo maldizentes cessa a contenda". 
Sabe que muito mais útil do que ter razão é ter bondade; mais importante do que 
um argumento forte é um coração manso. 
Silêncio acolhedor, quando face à dor do semelhante, causada por perdas humanas ou 
materiais, evita-se argumentar, comparar, justificar, explicar ou aconselhar, restringindo-se 
a estar perto, em silêncio, esvaziado das pretensas verdades, totalmente disponível, para 
sentir e ouvir o que o outro experiencia. O silêncio acolhedor abre espaço em nós para que 
o outro se refugie. Nestas circunstâncias, um olhar encharcado de ternura, um abraço cheio 
de compaixão, estar presente de corpo e alma, é puro alento. 
O silêncio extasiado. Quando, diante do que encanta e arrebata, quedamos em reverente 
silêncio, em prostração de espírito e de alma. Silêncio que nos assalta diante do mistério da 
vida e  da morte ou da magia da Criação. Silêncio que relativiza todas as vozes e faz cessar 
todos os argumentos, ao sentir no coração a presença divina, ao ouvir na alma a 
voz de Deus, quando na mística da fé contemplamos o Eterno Mistério. 
Silêncio imposto. Quando pelo uso da força cala-se a voz do mais fraco, do injustiçado, 
do discriminado, do oprimido, do marginalizado. Silêncio imposto pelo medo, gerado pelas 
armas do poder econômico, político e religioso que perpetuam a escravidão, a repressão, 
a culpa, o julgamento e a condenação. Silêncio de quem se tirou a voz e a vez. 
Silêncio conivente. De quem se deixa calar por benefícios injustos, de quem possui a 
 consciência estuprada pelo ganho ilícito. Silêncio comprado, fruto do desavergonhado 
diálogo entre o corruptor e o corrupto. Tem a verdade como mercadoria de troca 
onde o que é direito é silenciado em benefício da ganância; quando diante da 
oportunidade ilícita sobressai a falta de caráter e "vende-se a alma ao diabo". 
Silêncio covarde. Quando diante da maldade, da corrupção, do estelionato, do 
desmando e da injustiça praticada nos domínios familiar, econômico, político e 
religioso, opta-se por manter-se a "língua presa" no céu da zona de conforto na qual 
medrosamente se abrigou. O silêncio covarde é o silêncio da omissão, aonde o maior 
dano não vem só dos malfeitores, mas também e sobretudo dos cidadãos de bem 
que se mantém omissos. 
Silêncio que fere. É silêncio motivado pelo ódio, pela indiferença, pelo sentimento de 
vingança, pela incapacidade de perdoar, de acolher e de amar. 
Neste aspecto, lembrando Rodovalho, "o silêncio é um recado. É a pior carta que 
alguém pode enviar para o outro." Tal silêncio é capaz de infernizar e produzir 
enfermidade em quem o protagoniza, podendo ainda causar muito sofrimento ao alvo 
da aridez de tal comportamento. 
Silêncio Buscado. Lembro aqui do silêncio praticado pelos "Nadistas" que sugerem 
desconexão de aparelhos eletrônicos por algum período, o que sem dúvida é muito 
salutar; além de potencializar a criatividade, pode evitar o "burn out", transtorno 
psíquico que mescla esgotamento e desilusão. O objetivo principal do silêncio buscado, no
entanto, é nos conectar conosco mesmos, levando-nos a tomar consciência do próprio 
corpo, sentir a respiração, o coração, reencontrar a alma, mergulhar no nada grávido 
de criatividade. Tal silêncio nos liga à essência divina que nos habita, reconcilia o ego 
com o Eu, faz-nos íntimos de Deus, liberta-nos da aparência, redireciona e suaviza a 
existência. Harmoniza os pensamentos, sentimentos e relacionamentos, possibilita 
e potencializa a meditação, dá profundidade à oração, além  de ser saúde para o 
espírito e para o corpo. Há silêncio e silêncio, carregando cada um sua própria 
singularidade, linguagem, propósitos e resultados. Há o silêncio altruísta e o egoísta, 
o que fecha e o que abre, há o que constrói e o que destrói, o que abençoa e o 
que amaldiçoa, há o que gera paz e o que perpetua o ódio. Há silêncio que cura e 
que faz adoecer, há o que é fruto de amor e o que é fruto do ódio. Lançar mão do 
silêncio, como instrumento abençoador, exige coragem, maturidade, esvaziamento, 
proatividade, autocontrole, sabedoria e auxílio divino. 
Que ao silenciarmos o façamos movidos por amor, com o desejo de abençoar sempre. 




por Oliveira Fidelis Filho - fidelisf@hotmail.com Teólogo Espiritualista, 

Psicanalista Integrativo, Administrador,Escritor e Conferencista, 

Compositor e Cantor.  

E-mail:fidelisf@hotmail.com 

Visite o Site do autor

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.

Related Posts with Thumbnails

Marcadores

1 (1) 2011 (5) 2012 (13) abdução (1) ACID (1) ADAMUS SAINT GERMAIN (1) ALINHAMENTOS (1) AMOR (1) ANDROMEDA (2) ANJOS (2) ARCANJO ANAEL (3) ARCANJO GABRIEL (10) ARCANJO MIGUEL (38) ARCANJO RAPHAEL (1) ARCANJO URIEL (11) ARCANJO ZADKIEL (1) ARCTURIANOS (7) ARCTURUS (1) ARTHARATHON (2) ARTHRATHON (2) ASCENSÃO (37) ASTHAR SHERAN (7) ASTROLOGIA (1) AUTO CONHECIMENTO (2) AVAINHOV (3) BRASIL (1) CANALIZAÇÃO (1) CHACRAS (1) CHICO XAVIER (1) CIENCIA (4) CINTURAO DE FOTONS (1) CIRCULOS DE LUZ (1) COBRA (2) CODIGO (1) COLETANEA (1) CONFEDERAÇAO (1) CONSELHO INTERGALATICO (1) CONTATO (1) CRIADOR (1) CRISTAL (1) CROP CIRCLES (2) CRUZ CRISTICA (1) CURA (2) DEUS (6) DIVERSÃO (1) DJWHAL KHUL (1) DNA (1) DOENÇA (1) ECKHART TOLLE (1) EGO (2) ELOHIM (2) ENERGIAS (4) ENTREVISTAS (1) ESPIRITUALIDADE (6) ESTRANHOS SONS (1) ESU IMMANUEL (1) EXERCICIOS (1) FEDERAÇAO (5) FISICA QUANTICA (1) HAZEL (1) HIERARQUIA (1) IMHOTEP (1) INDIGOS (4) INDIOS (1) influencia do nome (1) INTRATERRENOS (1) ISHTAR ANTARES (1) ISKU DE SIRIUS (1) JESUS SANANDA (6) KRYON (12) LEIS (1) LIVROS (1) LUCIFER (1) MAE GAIA (6) MAE MARIA (11) MAIORI MOJAVE (1) MARIA MADALENA (1) MEDITAÇÃO (6) meio ambiente (1) MELCHIZEDEK (4) MESTRA SAIDA KHATOON (1) MESTRE ALFAZEMA (1) MESTRE EL MORYA (7) MESTRE HILARION (5) MESTRE JESUS (23) MESTRE KHUTHUMI (8) MESTRE OPHELIUS (1) MESTRES (1) METAFISICA (2) METRATON (12) MONTAGUE KEEN (1) MUDANÇAS (1) MULTIDIMENSIONAL (1) MUSICA (1) NAVE ALFA (7) NOVA EDUCAÇÃO (1) nova energia (1) NOVA ERA (1) NUMEROLOGIA 2012 (1) O CONSELHO (11) O CRIADOR (2) O GRUPO (6) OS ANJOS (15) OS MESTRES (1) OSHO (2) OSIRIS (1) OVNIS (2) OWEN WATERS (6) P THAAH (1) P"THAAH (1) PARTICULAS DA FONTE (1) PEDRO COELHO (1) PEGGY PHOENIX (1) PENA BRANCA (1) PHILIPPE DE LYON (1) PLEIDIANOS (12) PNEAL (1) PORTAL (2) PRECE (1) PREVISÕES (1) PROJEÇÃO ASTRAL (1) PROSPERIDADE (1) QUAN YIN (1) RAMAATHIS MAN (1) RAMATIS (2) REFLEXOES (132) REGRAS (1) REIKI (1) RELACIONAMENTOS (1) RESPIRAÇÃO (1) RESSONÂNCIA (2) RODRIGO ROMO (1) RUDOLF STEINER (1) SAINT GERMAIN (8) SALU SA DE SIRIUS (4) SANAT KUMARA8 (1) SAUL (13) SELACIA (1) SERAFIM (1) TELEPATIA (2) THOT (1) TOBIAS (3) TRANSIÇAO (21) UFOLOGIA (1) UTE (3) VEICULO LUZ (1) VELATROPA (2) VYWAMUS (13) WAGNER BORGES (1) WESAK (1)

Arquivo do blog

Postagens populares

Minha lista de blogs

Powered By Blogger